Com essa história da obra lá na roça, estive pensando o que seria morar bem hoje... O que queremos para nossa casa? Porque de uns tempos para cá arquitetura e decoração ganharam papel de destaque social, aliás a Casa Cor é um exemplo do interesse crescente das pessoas em morar bem. Na verdade, acredito que o principal valor associado à casa atualmente é o ideal de bem estar, pois é na nossa casa que nos reestruturamos diariamente, encontramos sossego e descanso e também inspiração para o dia seguinte. É na nossa casa que reunimos tudo o que mais nos importa: pessoas e coisas, lembranças e histórias,vida e intimidade, enfim.
Meus colegas de trabalho me perguntam, quase que diariamente, o que procuro ao construir uma casa na roça, tão na contramão de uma vida urbana e contemporânea, que se assemelha bem mais ao meu estilo de vida.
Para responder a essa questão recorrente, fui atrás de imagens de ambientes que sejam capazes de traduzir visualmente o que procuro numa vida mais campestre:
A primeira coisa: conforto junto ao verde.
Embora a vida em Brasília seja bem urbana e até cosmopolita, se é que posso dizer isso, a cidade é toda concreto e absolutamente Niemeyer, não é um luxo nos dias de hoje ter um pé na Capital e outro no campo? Os desejos contemporâneos mais em voga na sociedade atual, sem dúvida, são conforto e bem-estar com possibilidade de contato com a natureza, horta, pomar, cheirinho de terra molhada e até galo cantando para despertar quem dorme... Chupar a fruta debaixo do pé é de um requinte inimaginável nos dias de hoje, você não concorda?
Uma casa de campo antenada, conta certamente com cores fortes, e peças reaproveitadas. Tivemos a ideia de fazer tudo no estilo vintage, então já ganhei ferro à brasa, lanterna barroca, fogão de 1970 e por aí vai.
A sensação de aconchego no campo passa necessariamente por um item: fogão à lenha. Essa possibilidade de ter uma área social para reunir pessoas queridas com forninho de pizza, churrasqueira e fogão à lenha traduz alguns outros sonhos contemporâneos: proteção e acolhimento são os primeiros. A casa é sem sombra de dúvidas um lugar de recolhimento, regeneração e alegria. Receber pessoas queridas para dividir aquela comidinha feita num fogão à lenha num dia frio é tuuuudo de bom! Isso sem falar naquela pizza assada na pedra!
A rusticidade do ambiente rural sem sombra de dúvida o torna acolhedor. Atualmente, inclusive, o rústico tem tido espaço permanente e cada vez maior na decoração de qualquer tipo de ambiente e não mais somente os rurais. A razão disso, creio eu, está no inconsciente coletivo que elegeu esse arquétipo como sinônimo de aconchego e bem-estar. Não é à toa que a madeira de demolição está tão em voga. A sustentabilidade é sem dúvida o pano de fundo desse reúso. Peças reaproveitadas evocam memórias, além de indicar de forma bem clara que não é aceitável, atualmente, a produção de tanto lixo.
Usar referências do passado de um jeito diferente é, sem dúvida, uma forma divertida de modernizar o ambiente. Essas releituras, além de muito prazeirosas, permitem uma nova forma de evocar o que já foi moda um dia. Acabou sendo uma sacada muito legal, porque a construção dessa roça retrô passou a ser coletiva. Quase todo dia um colega de trabalho tem uma peça retrô para doar lá prá roça. Acabou virando uma brincadeira muito interessante. Esse fim de semana mesmo, saímos eu e minha amiga Lu, para comprar tecidos para uma colcha de patchwork que vamos fazer para a casa da roça... É um barato!
Do fundo do meu coração, até o percurso longo dessa construção está sendo um barato! Não vejo a hora de ver tudo pronto...
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