Nosso final de semana em Florença foi ótimo! Agora precisamos ir para Nice, na França, porque o Gustavo tem compromisso em Sofia, cidade próxima... Ele vai trabalhar na segunda e nós vamos voltar ao Brasil na terça... A viagem está chegando ao fim, snif... Mas como ela ainda não acabou e nós estamos de carro, vamos conhecer a estrada que liga Milão à Nice e que passa por Mônaco, Uhu!!!
A estrada que leva à França margeia o Mediterrâneo e é muito bonita! Aliás é bom que se diga que as fronteiras da França são em grande medida, naturais: O Mar mediterrâneo ao sul; o oceano Atlântico a oeste; os Alpes a sudeste; o Canal da Mancha ao norte e o Rio Reno a leste. É uma pena que nem todas as vistas têm um belvedere que proporcione a tranquilidade necessária para tirar fotos. Como estamos no inverno as praias estão desertas e servem apenas para caminhadas dos habitantes locais. Por se tratar de uma autoestrada a via é bem movimentada! Mas, aí está o mar!!! Achei que valeu a pena ir de carro, a paisagem é muito linda...
É bom lembrar que ainda estamos na Itália e que para chegar na França temos que percorrer uma distância de aproximadamente 300 km, uma bagatela para quem está acostumado a um país de dimensões continentais como o nosso. A viagem de carro proporciona essa visão, e olha que muitas dessas fotos eu tirei de dentro do carro...
Para aproveitar essas vistas impagáveis saímos da via principal e fomos margeando via secundárias e com isso fomos passando por cidadezinhas litorâneas italianas muito agradáveis, entre elas, San Remo.
Olha essa cidadezinha! Não é agradável? Pela autoestrada nós faríamos a viagem em menos tempo, mas, em compensação, perderíamos essa oportunidade...
Ficamos encantados!!! De acordo com o GPS, logo,logo estaremos em Mônaco, que de acordo com a Luziane, doutora no assunto, parece que foi desenhada à lápis!
Chegamos à Monte Carlo, ou seja, estamos em Mônaco!!! Vamos dar uma parada para conhecer o Principado, os cassinos, tomar um capuccino e andar um pouquinho... A foto ficou meio estrangulada, porque com o carro em movimento não dá para fazer aqueeela foto, né? Mas tá valendo!
Mônaco é realmente um negócio... Minúscula, mas, linda! Com meia hora você conhece toda a cidade, incluindo os cassinos. Mas aconselho a visita! Se Milão é cara, imagina Mônaco... Um assalto. Um capuccino oito euros... Ninguém merece!
Mesmo sendo cara, temos que admitir é lindo! Encontramos um brasileiro que já estava em Mônaco há duas semanas, a serviço, e já não aguentava mais... Beleza também enjoa!
Como a noite foi chegando e com ela o frio, resolvemos ir para Nice, a final de contas no dia seguinte o Gustavo ia trabalhar e gente ainda precisava procurar os hotéis em que ficaríamos hospedados. A Ângela e o Dezena iam fica na Promenade des Anglais e nós na avenida Victor Hugo e como não sabemos para que lado fica nem Nice, o que dirá os hoteis, é bom dizer adeus à Mônaco.
Bom, como disse no primeiro post da série, ficamos no Centro Histórico de Florença que abriga os pontos turísticos da cidade. Andamos que nem vimos o tempo passar e agora está na hora de escolher um lugar charmosinho para comer alguma coisa... A Luziane me indicou um restaurante, que ela adorou quando esteve aqui, mas não consegui encontrá-lo. Pelo sim pelo não, resolvi ir pela indicação do guia. Por falar nisso, como comem bem esses italianos! Mamma Mia! A gente tem que se segurar para não voltar rolando prá casa... Ninguém merece! Mas como não é todo dia que se vai à Itália, deixe a dieta de lado e experimente TUDINHO! Afinal de contas, você merece! Fomos a um restaurante chamado Buca Mário, que o guia indicava. Comi a melhor brusqueta da minha existência inteira...
O mais mais surreal é que ela não tinha nada de mais... O tomate estava cru, temperado com manjericão e alho, e o pão estava muito quente e super crocante, sobre um azeite incrivelmente gostoso temperado com pimenta e especiarias... Nem queijo tinha e estava simplesmente delicioso.
E olha que isso foi só a entrada...
A combinação dos ingredientes tem um sabor acolhedor. Por incrível que pareça é difícil escolher o prato principal, quando tudo parece bom... Mas como estamos na Itália fui de pasta e o Gustavo escolheu uma carne... A gente divide, porque aqui as porções são prá lá de generosas e ambos comemos dos dois pratos! Prego!!!!
Vou precisar dormir sentada hoje, porque se eu deitar, acho que corre o risco de ter refluxo... Minha gente, o que era aquela comida???? O prato típico da Toscana é a vitela, mas como o pessoal da outra mesa tinha pedido e ela era imennnnnsa, resolvemos pedir o rosbife com crosta de alho. HHummm!!!
Como se não bastasse ainda pedi um gelatinho básico...
Já que a gente vai morrer mesmo, é melhor aproveitar porque ninguém merece morrer sem tomar um gelato italiano, e como a única certeza que se tem é que a morte é certa, vamos aproveitar! Estava tudo delícia, irretocável. Quando voltar ao Brasil penso na dieta!
Depois dessa farra gastronômica, regada a vinho nacional, um Valpoliccela bola, fomos caminhar antes que o sono batesse... Ainda mais com esse friozinho de 8 graus!
Florença emergiu na Idade das Trevas como cidade-estado independente e logo prosperou, impulsionada pela indústria têxtil e pelos bancos. Todo mundo já deve ter ouvido falar na família Médici, poderosa família de banqueiros que dominava a cidade em função de sua fortuna.
Aqui estou eu na Igreja de San Lorenzo, que é a igreja mais antiga de Florença e durante muito tempo foi sua Catedral. Estão enterrados aqui Donatello, Cosme de Medici, entre outros túmulos desta família. A Igreja tem obras de arte e parte de sua arquitetura tem a assinatura de ninguém menos que Michelângelo. Pena que não se pode tirar fotos daqui... Aqui, uma foto "do" Ponte Vechio que é sem dúvida um cartão postal de Florença!
Como estava muito frio optamos por conhecer Florença no final de semana que o Gustavo teria de folga, ao invés de ir à Veneza, porque nessa época do ano, Veneza estaria impraticável, uma vez que as atrações da cidade são em sua maioria externas, ou seja, ela própria. Por causa disso, o frio e a chuva atrapalhariam um pouco o passeio e Florença nos pareceu uma melhor opção, por ser uma cidade predominantemente de interiores, em função de suas galerias de arte que garantem ao visitante uma espécie de exagero artístico, sem necessidade de exposição às intempéries do tempo, em que pese seus animados mercados, as belas piazzas e o jardim mais visitado da Itália.
Alugamos um carro no aeroporto de Milão, por cinco dias, e fomos conhecer Florença, no fim de semana e depois iríamos para Nice na França.
Olha a cara de tensão do Gustavo no trânsito de Milão!
O trânsito de Milão é caótico! Não aconselho alugar carro para andar nessas cidades, porque você não vai ter como estacionar... Em compensação as autoestradas são impecáveis, com uma paisagem deslumbrante e com toda a segurança possível. Caso você vá se deslocar para várias cidades ou países da Europa, a viagem de carro, além de segura, proporciona oportunidades de conhecer cidadezinhas encantadoras!
Olha que charmosa essa Via
Enquanto fomos saindo da cidade rumo à autoestrada, fui tirando fotos das paisagens de Milão e me despedindo da cidade que já deixava saudades no meu coração. De verdade, amei esse lugar!
Acredito, de verdade, que o mundo é melhor porque existe a Itália... Me senti acolhida, feliz, inebriada por tanta beleza e encantada com os sabores daqui. Isso sem falar na facilidade de entender o idioma...
Embora exista uma tendência em dizer que Milão não tem uma pegada turística, eu discordo totalmente! A cidade é muito charmosa, com pontos históricos pitorescos, vida cultural agitada, quadrilátero da moda, restaurantes incríveis e espaços muito agradáveis. Recomendo a visita que, no entanto, deve ser de pelo menos três dias inteiros, para poder conhecer todos os cantinhos interessantes e visitar alguma exposição que invariavelmente está na cidade, dessa vez, era a de Caravaggio, que infelizmente não pude ver por causa do pouco tempo de permanência. Os dois dias que ficamos foram realmente insuficientes!
Saída de Milão
Já na autoestrada, o Gustavo ficou menos tenso com o trânsito e pudemos apreciar a paisagem! Aliás, que estrada! Os motoristas não ficam trafegando pela esquerda, apenas ultrapassam e retornam imediatamente para a faixa da direita, o que possibilita que o trânsito flua normalmente. Que diferença, né, gente? No Brasil, os motoristas, inclusive de caminhões, resolvem trafegar nessa via, obstruindo o trânsito e fomentando ultrapassagens perigosas. Uma pena...
Quando estávamos nos aproximando de Florença, o gelo começou a aparecer na estrada... Sinal de que teríamos um final de semana muuuito frio...
Chegamos à Florença!!! Agora é só achar o Hotel! O que apesar de estar com GPS, não é tarefa fácil considerando que cada portinha dessa esconde um mundo interno. Florença é a principal capital artística da Europa. É uma verdadeira festa de esculturas e pinturas de nomes como Dante, Leonardo da Vince, Michelângelo, entre outros, do mais importante período da história da arte: a Renascença.
Pelo GPS, nosso hotel fica em algum lugar perto dessa pracinha, mas como não tem como estacionar nem por milagre, fui procurar a pé enquanto o Gustavo encontrava um lugar para estacionar o carro. Esse final de semana, comemora-se o dia dos namorados, que aqui na Itália, é dia de San Lorenzo... Não é uma sorte? Além de passar o dia dos namorados num dos lugares mais românticos da terra, ainda terei dois dias dos namorados esse ano!!!
Ficamos hospedados no hotel no hotel Cosimo de Médici, que fica ao lado da Catedral Santa Maria Del Fiore, e graças a Deus possui estacionamento, porque aqui definitivamente não dá para andar de carro! O interessante aqui, é ficar perto dos pontos turísticos porque é impossível andar de carro... Esse hotel fica muito próximo da estação de trem e tem aquele jeitão da Toscana... É aquele tipo BBB! Recomendo! Por mais irrestível que pareça o hotel que não é tão próximo aos pontos turísticos, resista! O custo benefício não compensa...
Fiquei um tempão no lobby do hotel esperando aparecer alguém para fazer o check in e nada... Depois de muito insistir na campainha, finalmente apareceu uma moça que falava um inglês italianado impossível de entender. Preferimos que ela falasse em italiano e nós respondíamos em inglês. Funcionou!
Abaixo a entrada da galeria que leva a um pátio interno, que finalmente leva ao hotel. Tudo nessa cidade tem um toque artístico...
Depois de deixar as malas e o carro no hotel fomos dar uma volta para ver o que havia nas redondezas e tentar entender a cidade... Essa é a rua do hotel, que mais parece um labirinto... É muito difícil encontrar endereços por aqui, porque essas portinhas escondem verdadeiras vilas internas. Ao andar mais um pouquinho, olha só o que apareceu à nossa frente:
A Piazza del Duomo, centro religioso da cidade que abriga a Catedral de Florença é linda, toda feita em mármore e com uma cúpula majestosa, projetada por Brunelleschi, símbolo da cidade, cuja construção levou cerca de 170 anos para ser concluída. Ela é tão grande que fomos tirando fotos de seus vários ângulos. É uma construção tão complexa que nunca conseguiu ser repetida. A praça que abriga a igreja fica cheia de gente olhando prá cima, embasbacado com a beleza do monumento. Olha o tamanho dessa catedral comparada às pessoas que aparecem na foto... O Duomo é certamente o ponto de partida para conhecer a cidade. Ao lado, está o batistério, construção mais antiga da cidades, com mais de mil anos... com a porta de bronze em relevo, que retrata cenas religiosas
Olha eu aí de vermelho, perto dessa porta gigantesca
Embora na foto não fique evidente, a cúpula de Brunelleschi foi adornada por um afresco colorido de Giorgio Vasari, denominado Juízo Final.
Da Piazza del Duomo seguimos pela Via dei Calzaiuoli, principal rua só para pedestres de Florença. No meio do caminho, à direita, visitamos a igreja de Orsanmichele, conhecida principalmente pela coleção de esculturas que enfeitam seu interior. Por dentro, a igreja é só penumbra e leva um tempo para os olhos se acostumarem ao escuro...Reza a lenda que o tabernáculo dessa igreja teria poderes milagrosos, herdados da virgem destruída num incêndio. Se a Piazza del Duomo é o centro religioso de Firenze, a segunda praça da cidade é a Piazza della Signoria, que é uma espécie de centro cívico...
Aqui está o Palácio Vechio e é aqui também que está o café Rivoire, o mais tradicional da cidade, ao lado da entrada de um dos mais célebres museus de Florença, o Ufizzi. Essa Piazza é surpreendemente linda! recheada de esculturas. A cada esquina aparece uma paisagem que parece saída de um conto de fadas. Isso sem falar nas esculturas de Michelangêlo, Leonardo da Vince, entre outros, que estão expostas no meio da rua... Realmente, mesmo fazendo muita força é impossível não se apaixonar por Florença. O Gustavo AMOU a cidade e olha que essa foi só uma voltinha pelos arredores do hotel...
Perseu e a Medusa
À medida que anoitecia o frio ia ficando insuportável. Resolvemos voltar para o hotel e colocar roupas mais quentes antes que a gente congelasse, Deu para perceber, no entanto, por essa caminhadinha básica que a cidade não é tão grande, mas tem muuiiita coisa para ser vista, porque Firenze é o centro da arte Renascentista, o que significa dizer que pode ser visto o que há, em termos de arte, dos tempos de Leonardo da Vince e Michelângelo. Coisinha básica... Gente, a Itália me marcou tão profundamente que me sinto na obrigação de colocar uma trilha sonora nesse post em homenagem a sensações tão incríveis que esse país me fez sentir. Algumas delas, eu não sabia que existiam... Agradeço o carinho desse povo tão alegre e espero voltar logo, porque a saudade não "passará"....