terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Florença

    Como estava muito frio optamos por conhecer Florença no final de semana que o Gustavo teria de folga, ao invés de ir à Veneza, porque nessa época do ano, Veneza estaria impraticável, uma vez que as atrações da cidade são em sua maioria  externas, ou seja, ela própria. Por causa disso, o frio e a chuva atrapalhariam um pouco o passeio e Florença nos pareceu uma melhor opção, por ser uma cidade predominantemente de interiores, em função de suas galerias de arte que garantem ao visitante uma espécie de exagero artístico, sem necessidade de exposição às intempéries do tempo, em que pese seus animados mercados, as belas piazzas e o jardim mais visitado da Itália.
   Alugamos um carro no aeroporto de Milão, por cinco dias, e fomos conhecer Florença, no fim de semana e depois iríamos para Nice na França.
Olha a cara de tensão do Gustavo no trânsito de Milão!

O trânsito de Milão é caótico! Não aconselho alugar carro para andar nessas cidades, porque você não vai ter como estacionar... Em compensação as autoestradas são impecáveis, com uma paisagem deslumbrante e com toda a segurança possível. Caso você vá se deslocar para várias cidades ou países da Europa, a viagem de carro, além de segura, proporciona oportunidades de conhecer cidadezinhas encantadoras!

Olha que charmosa essa Via

Enquanto fomos saindo da cidade rumo à autoestrada, fui tirando fotos das paisagens de Milão e me despedindo da cidade que já deixava saudades no meu coração. De verdade, amei esse lugar!


Acredito, de verdade, que o mundo é melhor porque existe a Itália... Me senti acolhida, feliz, inebriada por tanta beleza e encantada com os sabores daqui. Isso sem falar na facilidade de entender o idioma...  
 Embora exista uma tendência em dizer que Milão não tem uma pegada turística, eu discordo totalmente! A cidade é muito charmosa, com pontos históricos pitorescos, vida cultural agitada, quadrilátero da moda, restaurantes incríveis e espaços muito agradáveis. Recomendo a visita que, no entanto, deve ser de pelo menos três dias inteiros, para poder conhecer todos os cantinhos interessantes e visitar alguma exposição que invariavelmente está na cidade, dessa vez, era a de Caravaggio, que infelizmente não pude ver por causa do pouco tempo de permanência. Os dois dias que ficamos foram realmente insuficientes!
Saída de Milão
Já na autoestrada, o Gustavo ficou menos tenso com o trânsito e pudemos apreciar a paisagem! Aliás, que estrada! Os motoristas não ficam trafegando pela esquerda, apenas ultrapassam e retornam imediatamente para a faixa da direita, o que possibilita que o trânsito flua normalmente. Que diferença, né, gente? No Brasil, os motoristas, inclusive de caminhões, resolvem trafegar nessa via, obstruindo o trânsito e fomentando ultrapassagens perigosas. Uma pena... 

Quando estávamos nos aproximando de Florença, o gelo começou a aparecer na estrada... Sinal de que teríamos um final de semana muuuito frio...

  
Chegamos à Florença!!! Agora é só achar o Hotel! O que apesar de estar com GPS, não é tarefa fácil considerando que cada portinha dessa esconde um mundo interno. Florença é a principal capital artística da Europa. É uma verdadeira festa de esculturas e pinturas de nomes como Dante, Leonardo da Vince, Michelângelo, entre outros, do mais importante período da história da arte: a Renascença.
Pelo GPS, nosso hotel fica em algum lugar perto dessa pracinha, mas como não tem como estacionar nem por milagre, fui procurar a pé enquanto o Gustavo encontrava um lugar para estacionar o carro. Esse final de semana, comemora-se o dia dos namorados, que aqui na Itália, é dia de San Lorenzo... Não é uma sorte? Além de passar o dia dos namorados num dos lugares mais românticos da terra, ainda terei dois dias dos namorados esse ano!!!
 Ficamos hospedados no hotel no hotel Cosimo de Médici, que fica ao lado da Catedral Santa Maria Del Fiore, e graças a Deus possui estacionamento, porque aqui definitivamente não dá para andar de carro! O interessante aqui, é ficar perto dos pontos turísticos porque é impossível andar de carro... Esse hotel fica muito próximo da estação de trem e tem aquele jeitão da Toscana... É aquele tipo BBB! Recomendo! Por mais irrestível que pareça o hotel que não é tão próximo aos pontos turísticos, resista! O custo benefício não compensa...
 Fiquei um tempão no lobby do hotel esperando aparecer alguém para fazer o check in e nada... Depois de muito insistir na campainha, finalmente apareceu uma moça que falava um inglês italianado impossível de entender. Preferimos que ela falasse em italiano e nós respondíamos em inglês. Funcionou!



Abaixo a entrada da galeria que leva a um pátio interno, que finalmente leva ao hotel. Tudo nessa cidade tem um toque artístico... 
            
Depois de deixar as malas e o carro no hotel fomos dar uma volta para ver o que havia nas redondezas e tentar entender a cidade... Essa é a rua do hotel, que mais parece um labirinto... É muito difícil encontrar endereços por aqui, porque essas portinhas escondem verdadeiras vilas internas. Ao andar mais um pouquinho, olha só o que apareceu à nossa frente:


A Piazza del Duomo, centro religioso da cidade que abriga a Catedral de Florença é linda, toda feita em mármore e com uma cúpula majestosa, projetada por Brunelleschi, símbolo da cidade, cuja construção levou cerca de 170 anos para ser concluída. Ela é tão grande que fomos tirando fotos de seus vários ângulos. É uma construção tão complexa que nunca conseguiu ser repetida. A praça que abriga a igreja fica cheia de gente olhando prá cima, embasbacado com a beleza do monumento. Olha o tamanho dessa catedral comparada às pessoas que aparecem na foto...  O Duomo é certamente o ponto de partida para conhecer a cidade. Ao lado, está o batistério, construção mais antiga da cidades, com mais de mil anos... com a porta de bronze em relevo, que retrata cenas religiosas 
Olha eu aí de vermelho, perto dessa porta gigantesca

Embora na foto não fique evidente, a cúpula de Brunelleschi foi adornada por um afresco colorido de Giorgio Vasari, denominado Juízo Final.
    Da Piazza del Duomo seguimos pela Via dei Calzaiuoli, principal rua só para pedestres de Florença. No meio do caminho, à direita, visitamos a igreja de  Orsanmichele, conhecida principalmente pela coleção de esculturas que enfeitam seu interior. Por dentro, a igreja é só penumbra e leva um tempo para os olhos se acostumarem ao escuro...Reza a lenda que o tabernáculo dessa igreja teria poderes milagrosos, herdados da virgem destruída num incêndio. Se a Piazza del Duomo é o centro religioso de Firenze, a segunda praça da cidade é a Piazza della Signoria, que é uma espécie de centro cívico...
 Aqui está o Palácio Vechio e é aqui também que está o café Rivoire, o mais tradicional da cidade, ao lado da entrada de um dos mais célebres museus de Florença, o Ufizzi. Essa Piazza é surpreendemente linda! recheada de esculturas. A cada esquina aparece uma paisagem que parece saída de um conto de fadas. Isso sem falar nas esculturas de Michelangêlo, Leonardo da Vince, entre outros, que estão expostas no meio da rua... Realmente, mesmo fazendo muita força é impossível não se apaixonar por Florença. O Gustavo AMOU a cidade e olha que essa foi só uma voltinha pelos arredores do hotel...

Perseu e a Medusa


 À medida que anoitecia o frio ia ficando insuportável. Resolvemos voltar para o hotel e colocar roupas mais quentes antes que a gente congelasse, Deu para perceber, no entanto, por essa caminhadinha básica que a cidade não é tão grande, mas tem muuiiita coisa para ser vista, porque Firenze é o centro da arte Renascentista, o que significa dizer que pode ser visto o que há, em termos de arte, dos tempos de Leonardo da Vince e Michelângelo. Coisinha básica...
    Gente, a Itália me marcou tão profundamente que me sinto na obrigação de colocar uma trilha sonora nesse post em homenagem a sensações tão incríveis que esse país me fez sentir. Algumas delas, eu não sabia que existiam... Agradeço o carinho desse povo tão alegre e espero voltar logo, porque a saudade não "passará"....








  

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