Nice - O coração provençal da França

     Depois de um percurso margeando o Mar Mediterrâneo chegamos à Nice, no sul da França, que é um pólo turístico extremamente requisitado, por estar protegido ao norte pelas montanhas e, com isso, praticamente intocada pelo frio que assola a Europa, de forma geral, e Londres em particular... Né Danuza?!?! Para ir para Nice estando em Paris, você deve pegar o tem na Gare de Lyon e vai passar pelo tradicional restaurante Le Train Bleu, que teve entre seus habitués ninguém menos do que Coco Chanel e Salvador Dali. Quando estive em Paris não fui à Nice, porque o tempo era muito curto... Pena!  
   Nunca tinha estado na Riviera Francesa e como fui no inverno, não tive o prazer de conhecer a Côte d'Azur fervilhante, passarela de milionários e com um mar cheinho de nuances de azul e verde. Essa região é o santuário dos artistas franceses Chagall, Picasso, Matisse, entre tantos. Como estava acompanhada de uma artista plástica, Ângela Bonfante, aprendi um bocado sobre arte. 
  Nice é uma cidade é abençoada durante a primavera, que aqui é bem precoce, e acaba sendo o lugar ideal para quem ama jardins, como eu! Nice é um lugar onde muitos gostariam de viver, principalmente por causa do clima, que permanece ameno durante a maior parte do ano, principalmente em vilarejos que são abrigados por montanhas na Côte d'Azur, que é visitada por milhões de pessoas, que procuram os vilarejos da Provença, entre eles Nice, para se deliciarem com a paisagem de cinema e a culinária mediterrânea. Sinto uma energia mágica. Não sei se porque estava na Itália antes de vir para cá, mas tive uma sensação de que a França ali é meio italiana, principalmente na parte velha da cidade. 

     Nice possui uma profusão de jardins, palmeiras esplêndidas, cactos,  praças, feiras ao ar livre e um porto bem robusto que fazem da vida na cidade, uma vida ao ar livre, repleta de aromas e de maresia e que dão um toque de exotismo à cidade. Os franceses aqui são adoráveis e fazem de tudo, realmente, para que você se sinta em casa e muito bem acolhida! Merci beuacoup, Gerard e Paola! A bientôt! 
    A cidade se divide em três partes bem distintas: o centro velho: Vieux Nice, onde se encontra o porto; o centro, como em qualquer cidade, e o norte: Cimiez - bairro mais elegante de Nice, requintado e bastante requisitado pelos turistas. 
   Ficamos entre a Vitor Hugo e a Promenade des Anglais e passamos o dia conhecendo a Vieux Nice. Uma particularidade da praia de Nice é que tem pedras no lugar de areia... Picasso costuma pintar essas pedrinhas, chamadas galés.

Praia de Nice na Promenade des Anglais

A parte velha da cidade é cheinha de bistrôs, galerias e feirinhas circundadas por essas paredes ocres e ruas que mais parecem labirintos. Eu e Ângela fomos à feira da Cours Saleya que é montada diariamente e tem de tuuuudo! Desde aqueles pães deliciosos que parecem pinturas até flores belíssimas que de tão perfeitas levam a gente a duvidar que sejam naturais. A feirinha é circundada por cafés que servem especialidades de Nice e um precinho suuuper camarada. Aliás, por falar em comida... As barracas dos marches são lotadas de produtos locais, como pimentas, tomates, cerejas, melões e azeitonas, muitas... A azeitona é o ingrediente principal da cozinha do sul da França, onde o azeite quase que exclusivamente é usado no lugar do óleo.  Uma benção!

Em um vilarejo próximo, Saint Jean-Cap-Ferrat, está a casa de Béatrice Éphrussi de Rothschild, baronesa excêntrica que tinha fixação pelo belo. Até seus empregados precisavam ser lindos! Ela amava o rosa tanto quanto à Barbie. Reza a lenda que os flamingos que criava para adornar seus jardins eram alimentados por camarões rosa, para ficarem com uma tonalidade ainda mais rosácea.

      Nós ficamos em um hotel chamado Villa Victória, que tinha uma pegada provençal e uma vista para um jardim interno que se não fosse inverno seria uma delícia para tomar o café da manhã:

 O hotel era super charmosinho e servia um café a partir das 15 horas que era um negócio... Pena que o inverno castigou as plantas que não estão tão viçosas como ficam de costume... Mas, para quem está em pleno inverno, até que não está tão mal...

Vista da varanda do quarto - Direita

     O hotel que a Ângela ficou era bem mais imponente, tinha até cassino e ficava de frente para o mar, na Promenade des Anglais, mas não tinha esse ar da Provença e também não tinha café da manhã incluído.

Ângela no Lobby do hotel dela se preparando para nosso dia em Nice! Sabem o que é esse envelope? Papel para fazer desenhos das paisagens da cidade! Coisas de artista...

    Ah! E por falar em café da manhã.... O que que era aquilo???? Gente, eu esqueci dieta durante esse período. Aliás, mesmo que eu quisesse lembrar eu não poderia ignorar aqueles croissants... Tudo tem limite.

Crocante?

Pain au chocolat

Queijo e presunto

 Na parte da tarde, por causa do friozinho, o hotel gentilmente oferecia um cafezinho da Nespresso, cheinho de design... Nem Milão chegou aos pés disso aqui...

 Mais pain au chocolat... Porque só no café da manhã é pouco... Sinceramente, nem em Paris eu comi uns pães tão maravilhosos como os de Nice. Eles tinham até barulhinho de tanta crocância...

 Especialidade da Casa: Torta folhada de maçã

Olha isso...

Foram os sete dias mais gulosos de uma existência...

Resumo da opéra: voltei com cinco quilinhos a mais da viagem... Mas, valeu cada mordidinha, isso eu garanto!

 Bom, depois disso, só me resta falar do Porto de Nice... Uma beleza extraordinária, águas cristalinas, que não por acaso dão apelido à região de Costa Azul... Apesar do grande número de turistas, a costa conserva seu glamour e um lugar no calendário social da elite. Os portos ficam repletos de grandes iates no verão.

Amei!