sábado, 26 de março de 2011

Vinho com gosto de transgressão

   Falar que vinho é muito mais que uma bebida, até pouco tempo atrás podia ser um chavão, mas agora, depois desse lançamento da espanhola Sidecar, ninguém mais pode alegar isso... A empresa lançou vinhos inspirados nos sete pecados capitais. O design das garrafas é individualizado e retrata cada um dos sete pecados, que nesse caso, não são apenas capitais, mas também etílicos! Um charme...
     o está linda a coleção? O design das garrafas é um capítulo a parte, um negócio... E a ideia é sensacional, porque afinal de contas, Dionísio, a quem a mitologia atribui a paternidade do produto, foi uma figura um tantinho controversa... Ao mesmo tempo em que cultuava o vinho, um elemento sagrado para várias religiões, foi também o responsável pela propagação da maior celebração profana do mundo: o carnaval, que de acordo com fontes históricas, teve como origem o culto que Dionízio, ou Baco, para os Romanos, iniciou para si mesmo, por meio de uma série de comemorações, regadas, claro a muuuito vinho. Já viu né? 
     Bom, através dos mitos que rondam sua história, foi capaz de unir os opostos, em uma fórmula que já dura mais de dois milênios. Sagrado e profano acompanham a história do vinho desde seu nascedouro.
         






Diante disso, muito bem bolada essa ideia não é não? Vamos conhecer o design das garrafa? O primeiro pecado etílico é a avareza. Amei essa fechadura! Um luxo... E por falar em avareza, não tem uns vinhos que a gente abre só para a diretoria???


























De acordo com a mitologia grega, Dionízio, ou Baco, é filho de Zeus e da princesa Sêmele, sendo o único Deus olimpiano filho de uma mortal. Dionízio, desde seu nascimento, sofreu para ser aceito, pois era fruto de uma relação espúria entre Zeus e sua amante. Diante disso, nada mais natural do que apresentar a coleção, começando pela garrafa cujo design descreve a luxúria, vocês não concordam? Eu achei o design dessa garrafa simplesmente lindo!!! Bem pertinente para um jantarzinho a dois, não é mesmo? Aliás a luxúria tem também relação direta com o carnaval, que em seus primórdios celebrava a fertilidade e a produtividade do solo, só que de forma bem mais carnal do que agrícola, diga-se de passagem...
Outro pecado é descrito pelo design da terceira garrafa da coleção retrata a inveja. Reza a lenda que Dionízio foi criado em uma caverna, pois passou a vida fugindo de sua madrasta, Hera, que de acordo com a mitologia grega era vingativa e bem ciumenta. Dionízio invejava a alegria dos outros filhos de Zeus, que não precisavam fugir e se esconder, eram livres e felizes, tendo tudo o que a vida podia oferecer a um filho de Zeus. Foi exatamente por causa dessa perseguição que hoje o conhecemos como o Deus do vinho. Criado em uma caverna, bem distante da cidade, pelas ninfas, ao crescer e tornar-se homem, espremeu cachos de uva madura de uma vinha próxima e descobriu a arte de fazer vinho!














A quarta garrafa da coleção retrata outro pecado capital: A gula! Lindo, lindo esse rótulo! Que design... Dionízio, ao experimentar o mosto, percebeu que sua descoberta era muito saborosa e que era difícil ficar em um copinho só... Engraçado, né gente? Também temos a dificuldade de ficar numa tacinha... Coincidência? Não, gula mesmo! Aliás, a gula não para por aí não. Um dos grandes desafios dos chef's de cozinha é justamente a harmonização entre o vinho e a comida: peixe pede um vinho branco, carne vermelha um bom tinto! É... Não basta só beber, comer também faz parte do ritual. 







     Depois de criar o néctar, uma forma de se vingar de todo o sofrimento que lhe era imposto pela ira de Hera, e cuja razão ele, Dionízio, não tinha em nada sido culpado... Afinal de contas quem a tinha traido não havia sido ele,  pensou em uma doce vingança. Percebeu que a bebida lhe proporcionava alegria e resolver proporcionar a todos a mesma sensação que tinha ao tomar a bebida. Assim, atravessou a Ásia e ensinou a arte do cultivo da uva a quem quizesse aprender. Só que omitiu que muitos dos que dela provassem ficariam dela refens, ou seja, o esconderijo de muitos, seria a garrafa, assim como o dele era a caverna.


     






Esse é o design da garrafa que representa a preguiça. Sim, depois de ensinar aos homens a manufatura do vinho, Baco deixou a produção por conta deles, ficando só com a parte da degustação... Danadinho, esse Baco! De bobo não tinha nada mesmo. Acho que é daí a origem do ditado: não existe almoço de graça.






















Finalmente, a última garrafa da coleção cujo design retrata a soberba. A soberba no que diz respeito ao atual estado da arte, não é nenhuma novidade, não é mesmo minha gente! A começar pela linguagem técnica dos enólogos ou mesmo daqueles metidos a besta, que se acham e saem por aí cheirando rolha... Ninguém merece! Palavras como blend, bouchonée, resveratrol ou screw cap e tanino povoam o diálogos dos entendidos...


Bom, pecado capital ou etílico o fato é que a coleção está linda e estou doidinha para cair na tentação e saber se é tão gostosa quanto parece! 










Fonte: Lovely pack

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