Descobrindo o Espírito Santo!

        Oi gente!
       Como o Tô Nude... está numa pegada gastronômica por causa da Téia e do PV, que arrebentam em matéria de comidas e afins, vou contar uma curiosidade que descobri há pouco tempo, mas que é uma dica e tanto, para os apreciadores da boa mesa... 

     Vou começar com uma breve historinha para que vocês possam entender o contexto. Era uma vez... Hahaha!

    Sempre tive uma certa implicância com o Espírito Santo, porque meu marido é de lá e todos os anos, desde que estamos juntos, ou seja, 18(DEZOITO!!!!!) passamos as férias ali... No início do casamento, chegavamos a passar por lá nossas férias inteirinhas, o que me chateava bastante, porque a final de contas eu queria passear e conhecer outros lugares, mas como a família toda dele mora lá(ele não tem familiares aqui!), estar com ela, nas férias dele, era de lei.

    Com o passar dos anos e depois de muuuita briga, consegui fazê-lo entender que as férias também eram minhas... assim, decidimos dividi-las... um período, era escolhido por ele e o outro quem escolhia o lugar era eu. Resultado: Passo pelo menos 15 dias do ano no Espírito Santo, não tem jeito! Por isso, uma certa birrinha com o Estado.

       Como percebi que não ia ter jeito mesmo, me resignei e resolvi conhecer o Estado que o Gustavo tanto ama. Comecei a redescobri-lo, mas dessa vez com olhos mais generosos, o que me trouxe uma grata surpresa!

       Vitória, a capital do Estado, é uma ilha, quase que completamente abraçada pelo continente! É absolutamente charmosa, e, detalhe, é a cidade com maior área verde por habitante do Brasil, de acordo com pesquisas do IBGE. O Espírito Santo, de forma geral, tem praias lindas, do sul ao norte do Estado e uma Serra que não deixa nadinha a desejar, se comparada à Serra Gaúcha ou à Fluminense! 

As cidadezinhas do interior são pitorescas  em função da imigração italiana e alemã, principalmente ao sul do Estado. 

     A gastronomia capixaba é um capítulo à parte, né minha gente! Um negócio!!! Gente essa é a terra da moqueca capixaba! Impossível voltar de lá com o mesmo peso... uma tristeza!
     A tradição pesqueira do Estado tornou sua culinária bem eclética, principalmente em função de uma vida marinha bem robusta, com uma infinidade de frutos do mar e peixes deliciosos, o que agregada à vinda de imigrantes europeus que trouxeram novos pratos, logo integrados à cozinha capixaba, resultaram no sucesso atual. Entre os pratos típicos mais famosos podemos citar, sem sombra de dúvida a torta capixaba e a caranguejada.

Pensem em uma torta deliciosa e multipliquem ao cubo!

Pensem em um negócio bom! Acho que essa torta leva todos os frutos do mar existentes na Costa Brasileira, hahaha! Uma delícia!

Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Espírito Santo. Moqueca indica um estilo de preparar o alimento que consiste em cozimento sem água, apenas com os vegetais e frutos do mar e, ao contrário, por exemplo, da moqueca baiana, a capixaba não leva nem azeite de dendê e nem leite de coco.

       Por falar em gastronomia, um restaurante em Vitória está com uma proposta prá lá de arrojada: Reproduzir aqui, aliás lá em Vitória, a gastronomia molecular, cujo nome espanta é meio caótico e remete à cientistas e que por isso, tem sido carinhosamente apelidada de "tecnoemocional", cujo precursor e papa no assunto é ninguém menos que Ferran Adrià, dono do melhor restaurante do mundo, na última década, o El Bulli, que como diria o PV tem três estrelas diamante, no Michelin, (Mentira! o PV jamais faria o sacrilégio de chamar as  três estrelas do Michelin de "diamante", mas eu posso já que não sou especialista no assunto, como ele!). 

  Tudo na cozinha de Ferran Adrià é sem pressa... E nada é o que parece ser! Esferas de caipirinha em nitrogênio que grudam na língua e no céu da boca, azeite sólido, queijo em espuma, e por aí vai, afinal de contas estamos falando do chef que inventou a cozinha da desconstrução e descobriu como reinterpretar conceitos gastronômicos de forma molecular, de maneira que seu restaurante é o mais procurado do mundo entre os gourmets.  

  Escondido à beira de uma bonita baía, entre as escarpas da Costa Brava, quase na fronteira entre a Espanha e a França, o El Bulli está a duas horas de carro de Barcelona e tem uma fila de espera de mais de dois anos. Metade de seus lugares são destinados a espanhóis, e a outra metade, a estrangeiros. E metade fica com novos clientes – a outra metade é para quem retorna para conhecer as criações do ano.

Corre a boca miúda que o El Bulli vai fechar as portas ainda este ano, na verdade este mês... mas não se preocupe porque se você não teve a oportunidade de conhecer o restaurante espanhol, existe um restaurante em Vitória, no Espírito Santo, cuja dona, Bárbara Versola, capixaba, trabalhou um ano com Ferran Adrià, e seu sócio, Pablo Pavon, quatro... Aliás, ambos se conheceram na cozinha do El Bulli, prometem muito em matéria de gastronomia...

O fato é que a mistura desses dois chefs, resultou em uma cozinha moderna com jeitão  brasileiro, ou seja, usam produtos da culinária capixaba, para a produção dos pratos. O nome do restaurante? Soeta. E detalhe, o Soeta tem pescador próprio, que garante que peixes e frutos do mar fresquinhos, cheguem à cozinha do restaurante todos os dias.  

       O Soeta trabalha com um menu degustação "criativo" com pratos que são rodiziados todo mês e cujo maior sucesso é o nhoque de polenta com creme de parmesão, que tem aparência de nhoque, mas ao ser mordido se transforma em uma polenta líquida deliciosa! O restaurante também possui um menu tradicional, com receitas mais clássicas. De acordo com Bárbara, no Soeta não se trabaha com a cozinha tecnoemocional, pois o foco é justamente a simplicidade.
      Até a louça do Soeta é a mesma que guarnece, ou guarnecia o El Bulli! E de acordo com Bárbara só cinco restaurantes no mundo têm essas louças, pois Ferran controla as vendas de seu fornecedor com unhas e dentes... Mas permitiu que o Soeta as utilizasse no menu degustação.
      Fica a dica!!!