Olá leitores queridos do Tô Nude.... Como prometido o segundo post do PV sobre o D.O.M.! Totalmente escândalo esse PV, né não? Espero que vocês apreciem a leitura tanto quanto eu! Enjoy!!!
Update: Ah! não tem foto do prato de entrada que o PV descreve com tanto entusiasmo que a gente sente até fome, mas ele me disse o seguinte: Olha, da saladinha caprese à moda do Atala, infelizmente, não tirei foto. Por ter sido a primeira entrada, ainda estava tímido e não bêbado o suficiente kkk Depois, um japonês ao meu lado começou a fotografar tudo e simplesmente adorei e comecei a fazer tb.
O primeiro prato que chegou foi uma saladinha tipo caprese, mas na versão do Alex Atala. E o garçon, impecavelmente treinado, falava direitinho os ingredientes e explicava, é óbvio, todos aqueles termos amazônicos e paraenses... Sim, tinha priprioca e pupunha no menu, mas muito mais.
Update: Ah! não tem foto do prato de entrada que o PV descreve com tanto entusiasmo que a gente sente até fome, mas ele me disse o seguinte: Olha, da saladinha caprese à moda do Atala, infelizmente, não tirei foto. Por ter sido a primeira entrada, ainda estava tímido e não bêbado o suficiente kkk Depois, um japonês ao meu lado começou a fotografar tudo e simplesmente adorei e comecei a fazer tb.
O primeiro prato que chegou foi uma saladinha tipo caprese, mas na versão do Alex Atala. E o garçon, impecavelmente treinado, falava direitinho os ingredientes e explicava, é óbvio, todos aqueles termos amazônicos e paraenses... Sim, tinha priprioca e pupunha no menu, mas muito mais.
Bem... eu, que até então estava semi-armado até os dentes contra pratos esdrúxulos contemporâneos fusion, porções minimalistas e tal, vendo aquela saladinha quase do tamanho de uma entrada normal, e com aquele sabor inédito e inusitado, surpreendente, comecei a me render... E o vinho geladinho, perfeito com a salada!
E vem o segundo prato. Outra entrada. Um prato de visual lindo! Arroz negro tostado (acho que primeiro cozidinho e depois tostado até ficar bem crocante), acompanhado de aspargos, ervilhas tortas, brócolis e salsão, com um pouco de leite de castanha do Pará. Olha, não há filosofia contra a mistureba fusion que não se renda à competência daquela mistura toda.... Tudo muito simples.... arroz gostoso, consistência única, vegetais fresquinhos no ponto perfeito, temperos indecifráveis e o tal leite de castanhas do Pará que não dá para descrever, só degustando... Uma coisa!
Ah, aqui vale lembrar que na conversa que vc tem com o maître e ele pergunta sobre seus gostos e desgostos, eu disse a ele que não comia qualquer carne crua, nem de peixe, e que preferia peixes, frutos do mar e vegetais a carne vermelha... Assim, vc pode entender os pratos que vieram na seqüência.
Terceiro prato. Chega o garçon, sempre com um sorriso e atenção na medida certa e põe à sua frente uma tigelinha cheia de cogumelos crus: shitake, shimeji e Paris e umas ervas. “Que ervas são essas?”, perguntei. “Ervas amazônicas. E tucupi.” “Então tá. Mas como vou comer isso?”, pensei. Aí, chega outro garçon com uma chaleirinha igual aquela da nossa avó, de ferro, e despeja sobre os cogumelos e ervas um caldo fumegante. “Consomé dos próprios cogumelos”, explica ele. Olha..... meu amigo..... que coisa deliciosa! Aquilo vira uma sopinha de cogumelos com ervas de sabor e aroma únicos. Dá vontade de repetir, mas ainda há outros pratos pela frente...
Sou de virgem e meu ascente é taurino, sou teimoso, turrão... Ainda não me entreguei.... pode ser que o próximo prato seja uma espuma ridícula de pitanga com doce de leite e rapadura com queijo de coalho e galinha caipira e selvagem das fazendas de Minas.... como alguns contemporâneos de Brasília vendem. Pode ser que eu ainda quebre a cara... Não me rendi ainda! (rsrsrsr)
E vem o quarto prato! Um delicado filé de arraia, branquinho, macio, grelhado no ponto perfeito. Acompanhado de um pedaço pequeno de mandioquinha (ou batata-baroa) grelhada.
E eis que finalmente se apresenta a tal espuma... Finalmente ela... a espuma contemporânea... A arraia e a mandioquinha tinham por acompanhamento espuma de amendoim e azeite de menta. Quer saber? A tal espuma é um molhinho espumado mesmo, que tem o sabor do amendoim, mas para mim, totalmente dispensável! Delícia sim o azeite com sabor de menta, com aquele filezinho de peixe branco delicioso e a mandioquinha grelhada!
Ok, hora de se render e entender que, bem.... alguns lugares bem famosos – ufa! – valem a fama que têm!
E vem o quinto prato. Esse talvez tenha sido o único de que realmente não gostei. Nem um pouco...
E vem o sexto prato. E o paladar se encanta e seduz de novo! Pense num fettuccine alla carbonara (não estou bem certo se é assim que se escreve). Impecável, com molho branco perfeito, bacon crocante e delicioso... Agora, imagine que ao invés de farinha, esse fettuccine seja feito somente com palmito pupunha! Puro, nada de farinha, gosto perfeito do palmito! Pois é isso. Uma coisa! Aliás, duas observações sobre esse prato. Primeiro, que ele é um dos clássicos do Alex Atala. Está lá firme e forte no menu 2011 (liguei para conferir, visto que nossa visita foi em 2010). A outra observação é que tentei repetir essa mesma ideia de prato em dois outros restaurantes legais de SP, um deles, o Maní (sobre o qual talvez escreva aqui um dia) e foi um desastre. Haja competência para fazer fettuccine só de pupunha. Tiro o chapéu!
E vem o sétimo prato: Costelinha à Braz, qual seja, uma costelinha suína que vem derretendo, cozida longamente a baixa temperatura, acompanhada de mandioquinha palha e – ela, sempre ela! – espuma da própria carne com vinho tinto. Absolutamente deliciosa, apesar da espuma kkkk, que nada mais era do que um molhinho delicioso da própria carne ao vinho tinto.
Bem, a essas alturas, vc já está se perguntando se é possível comer mais alguma coisa. Acredite. Para mim, é!
Até porque nesses menus degustação, as porções são – e devem ser – bem delicadas, pequenas mesmo. Eu chutaria uns 80 ou 100 g por prato.
Oitavo prato: confit de canard, redução de vinho do Porto e poivre vert. Bem picante, mas textura e sabor impecáveis! Outra delícia. O molho de vinho estava um pouquinho amargo, intencional, imagino, mas poderia não estar. Mas a carne estava muito boa.
Nono prato: chama-se Alligot. É um purê de inhame com queijo Minas e gruyére, que vem com uma performance pra lá de especial para ser servido. O garçon sai de dentro da cozinha (aberta) e vem caminhando por todo o salão com duas espátulas e uma bolinha do purê na ponta, que ele fica “brincando” de puxa-puxa com aquilo. E finaliza a bolinha do purê no seu prato. Delicioso, embora seja só um purê de inhame com queijos, é delicioso. O garçon brincou que antes de conseguir fazer aquilo, já derrubara quilos de purê de inhame pelo salão...
Ufa! Chega de prato salgado. Vem a sobremesa 1: superrrrr hiperrrrr (meu, como diriam os paulistanos) delicada. Ideal para quem não agüenta mais nem pensar em comida: um gel de limão siciliano com lâminas de banana ouro, crème pâtissière (tb não sei se é assim que se escreve, não falo francês), enfim, um cremezinho de confeiteiro e caramelo de priprioca (não, não é palavrão kkkk.) É uma raiz amazônica totalmente dispensável, por mim... Tem um gostinho de terra, mas é só acessório.
O que contou mesmo foi o gel de limão, bem levinho, para quem não agüenta mais comer nada :-)
Sobremesa 2: sorvete de whiskey, tortinha de castanhas do Pará, calda de chocolate amargo, tudo bem pequenininho, e.........preparado? Posso contar? Brotinhos de rúcula, com sal, pimenta do reino e curry. Isso mesmo! Bem inusitado. E, para piorar, eu sem fome nenhuma. Mas comi tudinho, inclusive os brotos de rúcula com o sal, pimenta e curry. Misturando com o sorvete de whiskey e o bolinho de castanhas. Olha, vou confessar uma coisa: não é o tipo de sobremesa que pediria a la carte, mas foi uma “expirience” bem legal. No dia a dia, eu pediria o bolinho de castanha com a calda de chocolate bem amarga e um sorvete de creme.
E essa foi nossa experiência no D.O.M.
Palhaçadas à parte, saímos realmente encantados. A conta? Cara, muito cara. Esse foi um menu comemorativo dos dez anos de aniversário do restaurante. Por isso, tantos pratos. Acho que foram couvert (super farto!), mais 9 pratos, mais duas sobremesas, mais os acompanhamentos generosos do cafezinho...
Liguei lá para saber hoje uma ideia de preço, enfim, o Goola é informativo e gostaria de dar uma noção aos nossos leitores. Eles têm os pratos a la carte, não precisa fazer menu degustação completa...
Quero voltar um dia para algo menos Festa de Babette. Para você ter uma ideia, hoje, eles têm um menu degustação com 8 pratos. Custa R$ 400. Fez-me lembrar de um contemporâneo de BSB a que fui uma vez e que, se der coragem, um dia eu conto por aqui... A conta ficou quase a mesma coisa que lá, já a comida.......afff, que desastre! Deixa pra lá.
À época, dei uma olhada no menu a la carte e tinha pratos principais na faixa de R$ 70, 80, 100...
Esse foi o D.O.M.... Se a primeira impressão é a que fica, e se caro é pagar e não levar, então só posso dizer que minha impressão foi de que nem tudo está perdido no reino dos contemporâneos fusion... e que, embora a cifra não tenha sido pequena, caro não foi. Pelo menos não no conceito do moço competente que um dia foi punk e mochileiro e agora mais se parece com um general da disciplina e da busca pela perfeição. Beijos! Abraços! Até o próximo! PV
Gostei muito da fotos e da idéia do menu confiance!
ResponderExcluirOlá querida Priscila! Muito interessante essa exposição do PV, porque a gente pode ir ao restaurante sem tanta preocupação e o melhor de tudo, pelo menos para mim, que detesto surpresas indesejáveis, sabendo o que vamos encontrar! Gostei.
ResponderExcluirBj.
Aline
Que bom que vocês aprovaram meninas! Fico feliz, principalmente porque o PV, no meu ponto de vista agraga e muito ao Tô Nude. Também gostei da matéria e espero outras tão interessantes quanto.
ResponderExcluirBjk
Priscila
PV,
ResponderExcluirVoce tímido para tirar foto? Quer que eu acredite? Kkkkkkkkkkkk
Deu ate vontade de ir para o DOM agora, ainda mais que a TAM resolveu agora servir sopa da Knor no vôo. É mole? Haja fome depois de um dia super corrido.
Adorei sua matéria. Assim o blog da pri vai bombar cada vez mais e logo logo a veja vai te contratar para ser um dos críticos de gastronomia.
O que é a intimidade, né PV? Ninguém merece...
ResponderExcluirAí maridíssimo, brigadinha pela participação tão ilustre e rara aqui no blog!
Bj.
Pri
PV você é uma figura muito legal. Os comentários são mesmo muito autênticos e especiais. Sua presença aqui está mesmo abrilhantando o 'nosso" Tô Nude. Vocês podem não saber, mas Dr. PV já trabalhou como crítico de gastronomia, pois é. Bj aos três. Téia.
ResponderExcluirÉ mesmo???? Não sabia do detalhe Téia! Então trata-se de uma sumidade, nosso PV! Eu sabia!!! Estamos com um time e tanto no Goola, né Téia?
ResponderExcluirBj.
Priscila
Oi Pri, depois de uma longa ausência minha, entrei no teu blog e, pra minha surpresa, encontrei ele totalmente repaginado! Chiquerésimo!! Parabéns!Dei uma circulada, e agora acabei de ler sobre o D.O.M., muito bom!!
ResponderExcluirMe identifiquei com os penteados soltos, usei no casorio do Glaucius. Vou continuar nele, assim mato um pouquinho da saudade. Tô meio que de castigo, de molho. Dá notícia. Beijos.
Cynthia
Espero que chegue pra ti, pois não sei "selecionar perfil" e outras cositas. Me ensina que serei tua seguidora, he, he, he...
pronto! lá vai...estão me pedindo para selecionar um perfil... é agora que tu não vais receber nADA! VOU DE ANÔNIMO!
Minha querida!!!! Quanta honra! Deu certinho a postagem dessa vez!
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